terça-feira, 13 de maio de 2014

Europa, Europa

O apelo à abstenção por forma a "castigar" os políticos, tem sido particularmente disseminado nesta campanha eleitoral. Hoje, um participante radialista apelou nesse sentido e a seguir, dois meus amigos, revoltados e desiludidos, um de direita e outro de extrema esquerda, perguntaram-me se eu ainda ia votar. A conversa de café não sei se foi suficiente para os convencer, mas a Europa merece mais; mais do que as discussões em torno do federalismo, dos nacionalismos e da crise financeira, porque votar relacionando política com questões sociais, por muito complexas que sejam, até os americanos o fazem. Bastavam pois, estas razoes para os meus amigos votarem, uns pela austeridade, outros, contra a austeridade. Agora, perdoem-me ir mais além: a Europa deu-nos consciência histórica, uma consciência histórica da própria História como "vasta e unitária correlação  humana, no tempo e no espaço, em que a humanidade é vista no tempo"*. Esta ideia do homem temporal ultrapassa a "fotografia" das correlações na conjuntura e acredita, genialmente, numa saída integrada. Entre lavadas e íntegras escolho as segundas.
* Jorge de Sena.
 
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