domingo, 4 de maio de 2014

Domingo à tarde em S. Martinho

 
"Sou o maior performer e, simultaneamente, o maior interior que conheço ".
  
O pretensiosismo literário pode tomar várias formas, mas a mais típica é o eruditismo. A lírica de Camões e muitos poemas de Jorge Luís Borges, por exemplo, sem recurso a conteúdos clássicos, àqueles episódios e figuras greco-romanas que até podem ser arquétipos fundadores da civilização mas que não fodem, além de serem de leitura corrida são obras que não perdem em qualidade literária em relação aos outros textos dos dois génios. E também não deixam de ser «atuais». O recurso erudito pode acrescentar valor à escrita mas em certos autores é nitidamente uma vaidade snob. E depois, custa-me ler  tanto esforço para nada. Nesta medida (e só nesta medida), o estilo afetado dos que se socorrem da erudição, tem muitas semelhanças com o platonismo, também comum no mesmo tipo de literatura: são ambos punhetas.
 
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