quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Silvas e Silvas

A ideia de pantear (1) os "imortais", apesar de possibilitar infinitos critérios, tem na sua génese uma fantasia memorável, um sentimento luminoso que nunca deveríamos perder de vista: o povo "também" quer a imortalidade. Esta ideia transcende a história "de reis", não tem nada a ver com a coleção de monarcas emparedados em mosteiros. Um "imortal" pode ser chefe de estado, pois pode, mas é o povo que o consagra em última instancia. Para "mil anos depois", o povo quer o seu sentir dramático, a sua humildade, a sua fatalidade, a sua ânsia por uma salvação coletiva.  O panteão, a coisa mais republicana que conheço e o ideal mais democrático que existe,  alcandora para a eternidade o povo.

(1) - Uma língua que cai nestes buracos...