quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pequeno círculo de escritores (IV)

 
Cada um olha para onde quer e pode. 
 
Passados trinta e oito anos da ponte aérea que ligou Angola a Portugal, muitos dos seus passageiros já morreram, outros emigraram para o novo mundo, alguns para a Europa, os mais inadaptados voltaram para África, e os restantes, a maioria, ficou em Portugal. Trata-se de um grupo com muitos destinos mas cuja origem permitiria tecer algumas considerações identitárias. No entanto, as poucas páginas dedicadas aos retornados, falam da «confusão» que trouxeram às ruas e à vida de Lisboa nos anos setenta. O livro é a sequela deste, e se não conseguir dar uma ideia do frenesim de cores, da animação, do linguajar, da atividade política, etc., que os retornados imprimiram com a sua chegada à capital, e antes da diáspora referida, o defeito estará por certo nos testemunhos prestados pela minha família.
 
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