quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Trabalho aeróbio

O coração é, de todos os nossos órgãos, o que mais «contribuiu» para a história dos homens. Não houve rins nem estômagos nas grandes marchas, nas batalhas, na construção de pirâmides. Só coração, que a psicologia tratou de engaiolá-lo numas aspas, na ansia de relativizar tudo e demonstrar à sua maneira que o contributo para a história da humanidade é do «coração» (vontade), e não do coração propriamente dito. Esta extravasão da função fisiológica para a dimensão romântica daria um belo exercício ensaístico. Sei alguns segredos das esconsas cavidades e respetivas paredes. Não dá para o belo e, por certo trabalhoso ensaio, mas ajuda. E ao ouvido confio-vos um: ele faz-se; faz-se alargando os seus aposentos. Se metemos gente dentro, ou não...
 
***