terça-feira, 27 de maio de 2014

Só para dar qualidade às coisas

 
Os que viveram em Portugal e em Angola reconhecem que o espaço angolano, físico e mental, tem outra dimensão. Um dos episódios da minha adolescência que me sulcou a memória com poderoso arado relaciona-se, precisamente, com um jogo de pistas de vários quilómetros, vivido no vasto planalto angolano. Mapa, bússola e azimutes e aí fui eu savana fora. Chamem-lhe ligação à natureza, goste-se ou não, era pássaro a bater asas. Terá sido pois a evasão angolana em mim que me encontrou geocacher nesta friorenta Europa. Um lenhador generoso ofereceu-me o cepo da fotografia; serrei-lhe uma tampa com 10 cm, escavei-o a escopro e martelo para esconder aí a caixa do tesouro e, no fim, enfiei um pau de vassoura a servir de eixo para a tampa rodar. O resultado é este esconderijo. Mesmo não pretendendo praticar o jogo, cá cheguei. Chamo-me Zénite Mobile.
 
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