quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Pequeno círculo de escritores (V)

 
 
Dizem, que foi na lacónica mas sugestiva referência que João de Barros fez na «terceira década da Ásia» (1563) a Marco Polo e ao "livro que escreveu da sua peregrinação", que Fernão Mendes Pinto se inspirou para o título das suas aventuras. Pouco importa se foi esta a inspiração, eu lembrei-me que de comum entre os dois havia de facto arroz e caril, mas chamar peregrinação, vadiagem ou andarilhada ao que fizeram é uma discussão quase académica. Quase, porque António Rosa Mendes lembra-nos o conceito religioso de «jornada», de peregrino «desta vida», e aí eu rendo-me, não tanto pelas santas agruras que os dois aventureiros padeceram mas, pela sensibilidade e riqueza da associação  entre o sofrimento pelo qual passou e a lógica andarilha. ARM - bio.
 
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