sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Pedras oblíquas

O terreno pode não torcer o caráter dos pequeninos mas ensina-os naturalmente a orientarem-se. A montanha, a costa, a mercearia da esquina. Havia na minha faculdade um daqueles professores que, para dar um estatuto «difícil» à cadeira, nunca se mostrava satisfeito com as respostas dos alunos. Um pouco de «circunstância» académica aos exames pode ficar bem, mas quando exageram, confundem os estudantes, os livros e o resto. Até à minha saída da faculdade o conceito de «condição de exercício» continuava incompleto. Voltemos ao terreno. A extremidade sudeste de Portugal não é curva de rio nem penha de águia, é um pontão de pedregulhos carregados pelo Alcindo, aqui de Rio Maior, homem que eu ainda conheci. Árvores e caminhos marcam a paisagem. E nós viramos à esquerda, contornamos, ou, às vezes, prolongamo-nos - e alguns só se completam -, pelo mar.

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