Para a estação quente procurei um livro fresco. Além de permitir entradas e abandonos a qualquer página, as citações do livro que comprei pertencem a um leque de autores muito bons. Não há lá madres Teresas. Transcrevo o episódio passado entre Alexandre e Diógenes numa perspetiva inglesa setecentista.
Quando perguntaram a Sócrates: «entre os homens mortais qual pode ser considerado o mais próximo dos deuses em felicidade?», ele respondeu: «aquele homem que carece de menos coisas». Na sua resposta, Sócrates deixou ao critério dos seus interlocutores saber se a falta de carecimentos que conduziria à felicidade significava a amplidão de posses ou a contração do desejo. E, de facto, existe tão pouca diferença entre eles que Alexandre Magno declarou que aquele que tem um barril por morada é o mais próximo do senhor do mundo e que, não fosse ele Alexandre, desejaria ser Diógenes.
Eu só mudaria uma expressão, em vez de «contração do desejo» poria «contração de necessidades». Faz toda a diferença, senhor Samuel.
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