quarta-feira, 3 de abril de 2013

Falta de ser amado, só

Ao fim da tarde do dia 3 de abril de 1996, indo da Benedita, cortava eu caminho pela rua de Campolide, em Lisboa, quando ouvi na rádio a minha irmã mais velha a explicar o eclipse dessa noite. Como me dirigia à sua casa, onde morria o meu pai, senti-me um gentio perante os sinais do vento na ramagem. Quando lá cheguei, tinha na realidade acabado de falecer. O meu pai era uma pessoa contraditória: oscilava entre a dureza extrema e uma dorida sensibilidade. E hoje, passados 13 anos, ainda não me percebo, e se eu procuro sinais.
 
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