sábado, 1 de setembro de 2012

Naquele tempo angolano


Onde está a rola-do-mar, esse mexilhão com asas?
(Ericeira, Ag. 2012)
 
Quando eu era muito, mas muito miúdo farolinava com o fundo de uma lata. Projetava o reflexo do sol na parede e assim caçava. Mais tarde, já com pressão de ar, num pomar dos arrabaldes de Buenos Aires atirei a uma rola. Aventurei-me absolutamente só, de forma que, sem ajudante para ir «à busca», larguei a arma e pus-me a correr atrás do pássaro ferido. Fiquei frustrado, porém com uma admiração de «morte» pelas rolas. Valiam-se de um pio encantatório e de muita astúcia, e eram saborosas, o que ajudava à sua mística.
 
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