Se há de se dar ao rato, dê-se ao gato.
Sempre que tinha conhecimento de disputas de heranças a mulherzinha comentava jocosamente o
egoísmo que se apoderava dos herdeiros. E a sua superioridade moral estava bem escudada no nulo património dos progenitores: não tinham terrenos, nada de casas, nada de automóveis, nada. Nada? Não, «só temos uma cafeteirinha irrisória». Mas dias depois da morte da mãe, já viúva, perguntou ao irmão, «viste a cafeteirinha? ...olha, fui eu que acompanhei a mãe à feira quando a comprou».
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