Agora, com a morte do Jorge, dei conta que há realmente uma geografia afetiva. Não no sentido de os lugares serem estações da vida, paragens felizes ou infelizes, mas sim como pretendem os escritores, como uma realidade integrante do nosso corpo. Não vou ali. Vou desta maneira e por aquele caminho e por causa de ti, por exemplo. Evocar o passado é mais contar os nossos passos do que própriamente uma lembrança do postal. Dadas as pisadelas, os azimutes, o relevo, o pó, os lugares que integramos... camuflamo-nos muito bem nesse mapa do passado.
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