domingo, 29 de junho de 2014

#Paisagens#


Do interior do carro
 
A modernidade deu-nos outro tipo de mapas. Na "literatura" vai-se pelo mapa preexistente, no entanto, vai-se também pelo interior da pessoa, pela sua infância, pelas amigas, pela morte, etc., descobrindo-se a si própria. Mas ontem ouvi uma frase, que até mandei repetir porque me soou familiar, e que confirma inequivocamente o prolongamento da modernidade por estes tempos ainda incertos: «o mapa não é o território». Novamente o «eu» mas agora definitivamente sem mapa e bússola, completamente à disposição das transformações morais dos indivíduos. A realidade não é mais do que a perceção que temos dela, dos nossos limites e capacidades. Não há cabos, ou há Adamastores que assustam ou Éolos que ajudam. Perante isto o que fazer às belíssimas cartas amarelo-camelo e rosa-velho? Ou pior ainda, como me inspirar agora no território, se as coordenadas não existem? A minha casa não fica a 39º N e 8º w, como bom caracol fica aonde eu estiver.
 
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