sexta-feira, 7 de março de 2014

Escadas nada eslavas*

No final de um filme cujo enredo girava em torno de sedutores convites universitários a uma talentosa ginasta do secundário, chamei a atenção dos alunos para a importância que o desporto escolar tem nos Estados Unidos. Não aprofundei mais do que isto mas o tema merece uma reflexão. O desporto português assenta numa organização clubística civil. Esta formatação não nasceu propriamente "de cima", não foi uma opção governativa, partiu de iniciativas populares que fundaram clubes, que se associaram e federaram e que passaram a organizar os seus quadros competitivos, nesta altura já com ajudas e arregimentações do poder político. O modelo tem algumas desvantagens em relação a um sistema desportivo assente na rede escolar; possui também algumas primazias, é verdade, como o apetecido fim de semana para a realização de provas e, exclusivamente para si, o escalão de seniores, visto não existir na prática, desporto universitário (daí o aspeto lipomatoso da praxe). Mas é um sistema estrondosamente impotente para democratizar e elevar o nível da prática desportiva. Nesse aspeto o sistema educativo tem os dois principais trunfos: nele estão todas as pessoas com idade para a formação desportiva e nele estão técnicos superiores para levar a bom porto aquela tarefa. Se há alguma racionalidade nas tomadas de decisão políticas estes dados deveriam ser suficientes para uma aposta no desporto escolar. Até porque, ao contrário do que se ouve, as medalhas não impedem de termos saúde.

*...mas prenhas de futuro.
             (ontem)

***