domingo, 16 de fevereiro de 2014

Visibilidade aos nomes

 
Na margem direita, entre a curva que faz para sul na região do Entroncamento e a Azambuja, o Tejo recebe as águas das encostas nascentes das serras dos Candeeiros, Aires e Santo António. O Almonda e o Alviela como rios bem definidos têm direito a constar nos mapas, mas o rio Maior, talvez por ser um daqueles casos cuja bacia e respetivos afluentes se confundem em importância, é omitido inclusivamente pelo Google Earth. Foi precisamente por me lembrar de um desses afluentes, o que nasce em Alcobertas, num autêntico vulcão de água, que eu decidi escrever este artigo. Quem conhece os olhos de água do Alviela sabe do que falo. São milhões de litros de água por segundo a brotar do chão em força e a correr por ali abaixo, já em margens prensadas. Ninguém conhece o nome a este vigoroso rebento, nem os próprios aldeões. Nasce incógnito mas depressa ganha um nome curioso: Fráguas, que o dicionário traduz como fogo e fornalha de ferreiro. O rio Maior não entra logo no Tejo, corre-lhe paralelo e só se une a ele depois da Azambuja; cada rio com a sua mania; mas caprichos à parte, o Fráguas é, da bacia hidrográfica, o nome que deveria figurar nos mapas: pela água e pelo fogo.

 

***