Havia no liceu um ambiente de esquerda embora saltasse à vista que as famílias dos alunos eram conservadoras. A contradição condiz: a rapariga preferia salvar a mãe à humanidade. O episódio marcou-me e não poderia deixar de marcar: na altura dávamos todos a vida, a nossa e a de outros, pela marcha da humanidade, e ao fim e ao cabo ainda hoje sinto-me pequenino perante aquele tamanhão de mãe. Do que não me recordo, infelizmente, é como a questão surgiu, teria sido «Camus»? Numa aula?
(1975/76, Liceu nacional de Cascais, S. João do Estoril).
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