quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Livros dos outros

 
 
Os meus «pensamentos» de Marco Aurélio (editora Verbo, coleção Livros RTP, nº 36), que, volta e meia releio, não são meus, são do Quim. E dois tipos de letra chamaram-me a atenção. A assinatura redonda identifica bem o dono, o meu irmão do meio, mas os números e a quadratura da palavra «página» recorda-me a letra do meu pai. Li os pensamentos referentes às notas remissivas e batem certo com o maravilhamento que o meu pai sentia perante o «relógio» universal. Isso fez com que procurasse um pensamento que estivesse mais de acordo com a sabedoria do Quim, o verdadeiro dono do livro. Marco Aurélio, no nº 14 do livro «um», resume a perda duma vida inteira da seguinte forma: todas as mortes são iguais, seja a de um longevo, seja a de um jovem, porque a perda é, comumente, a perda do presente. O Quim, que sabiamente relativiza as coisas mundanas, talvez se autorreconheça nesta minha escolha. Pessoalmente, identifico-me com o tom dos «pensamentos» das primeiras páginas, onde o imperador destaca as influências que recebeu dos cotas que rodearam a sua infância. Família e amigos.
 
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