segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"Caravaggio, AC"


Ainda há poucos meses estava rodeada de silvas, quem passasse pela azinhaga de terra batida não se apercebia da magestosa grossura, aliás, mal se via; e apesar de estar sinalizada há muito tempo, coincidência ou não, a sua limpeza ocorreu desde que comecei a divulgá-la. É urgente a UTAD datá-la porque podemos estar perante um caso único de longevidade no país. A história da oliveira tem ciclos, se descontarmos os primórdios zambujeiros, podemos considerar o primeiro ciclo, o romano. A fotografia que apresento não revela a imponência do seu diâmetro, mas optei por esta porque me lembra o "pinheiro sentinela" de Ansel Adams, e também um outro pinheiro de um fotógrafo russo do século dezanove -, porquê? sobretudo pela "resistência solitária" comum às três árvores, e embora a "minha" oliveira esteja enquadrada ingénuamente ao centro, gosto ainda do sol-foco e das sombras escuras do fim de tarde do outono. Portanto, não se vê, mas é grossa! E é tão grossa que pode muito bem ser coeva dos romanos.

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