segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Reader's

 
 Saxões e sabichões
 
Nas prateleiras da casa, em Angola, existiu a sedutora História Universal da "Europa-América". Atualmente vivo por cima de uma livraria e, há poucos anos, num monte de uma das milhentas "feiras do livro" que patrocina, lá estava ela. Foi como se tivesse visto a Elizabete, a gémea. Se fossem volumes de grande dimensão, edições de capa dura e bom papel, muitas fotografias e pouco texto não creio que a obra tivesse o mesmo sucesso "comercial". O segredo está na mistura: na dimensão "de bolso", na composição da capa, e no texto visualmente denso que lhe dá "seriedade" mas cuja narrativa é à Ramos. Abri o volume dezassete ao acaso (página 161, sobre o general Grant):
"Contudo, os colegas haviam-no considerado um falhado. Soldado de profissão a sua carreira fora brutalmente interrompida após a guerra contra o México, pois o seu amor ao uíque forçara-o à demissão. O ex-oficial tentou então, e sem êxito, várias profissões. Finalmente, o pai, comovido com a sorte da ovelha tresmalhada, oferecera-lhe um lugar na sua empresa de Ilinóis".
 
Nada de enredos, de personagens, de adjetivos, nada de "leitores". Só a gémea interveio. Amo.

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