Guardei-a numa pasta e dei-a como perdida. Abrindo "backups" atrás de "backups", dezenas de pastas, uma delas do longínquo biénio 2003-05, antes portanto da minha estreia na blogosfera (2005), dei com ela. Na altura em que a saquei da net fiquei muito impressionado, mais com o descampado do que com o terreno pantanoso, e claro, curioso com as pilhas de barrotes que, dede logo me pareceram sulipas para carris. A fotografia está identificada e datada, é de Possidónio da Silva e do ano 1863. Gosto de facto desta fotografia, iria nela aos pássaros, aos 'corta-caminhos'. Do ponto de vista plástico a aguada esfumada do horizonte é uma autêntica aguarela, e como registo histórico é um testemunho excecional: a fotografia poderá documentar a preparação do avanço em direção ao oeste. Mas não sei, certo é que linhas de "carro americano" assentes em chão duro ainda vá, agora sobre lamaçal sem o apoio das grossas travessas, é difícil. De qualquer modo, mesmo palpitando que a fotografia já foi alvo de estudos por parte de especialistas, ela despertou-me a curiosidade de saber de onde foi tirada. Tudo a golpe de vista, como quem cubica a olho, fiz os meus "cálculos" e concluí que o disparo saíu de uma janela do primeiro andar da casa rosa-velho, sita na rua Praia do Bom Sucesso.
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