Receita para quem quer promover a diferenciação ou a excelência numa escola: pós-aulas, em horários mais ou menos comuns às turmas, organizem campeonatos, concursos e torneios interturmas, cujos competidores sejam os campeões de cada turma. Dessa prática sairão vencedores: da tabuada, do cálculo mental, dos sinónimos, dos 60 metros, do salto em comprimento, do desenho à vista, da caça ao erro...; e se quiserem aumentar a competitividade subam o nível para provas interescolares. Os exames nacionais tiveram sempre uma função seletiva credenciada, o que os torna uma barreira social: a partir daqui só alguns terão acesso a novos saberes e, no futuro, aos melhores empregos; se são ideológicos? naturalmente servem os interesses neoliberais. Pedagógicamente, na realidade, a competição interna nas escolas, fora do horário letivo, faz mais pela diferenciação e pela excelência do que os exames nacionais.
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